Saúde Tocantins
Governo do Tocantins alerta para prevenção e diagnóstico precoce das hepatites virais
No Julho Amarelo, a SES/TO intensifica ações com foco em vacinação, testagem rápida e conscientização sobre transmissão e tratamento
01/07/2025 08h41
Por: REDAÇÃO Fonte: Secom Tocantins

Com o objetivo de ampliar a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado das hepatites virais, o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO), intensifica neste mês a campanhaJulho Amarelo. A mobilização busca alertar a população sobre os riscos, formas de contágio, tratamento e medidas de prevenção.

As hepatites virais são doenças silenciosas que, muitas vezes, não apresentam sintomas nas fases iniciais, mas o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento e para evitar complicações mais graves. Dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), apontam que, no Tocantins, até 9 de junho deste ano, já foram notificados 26 casos. Em 2024, foram 170 casos notificados.

Para combater a doença no Tocantins, a diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Não-Transmissíveis da SES/TO, Gisele Silva Carvalho Luz, destaca que a secretaria incentiva os municípios a realizarem atividades de testagem rápida para HIV, sífilis, hepatite B e C, distribuir preservativos e gel lubrificante, ampliar a vacinação contra hepatite A e B, e divulgar informações sobre prevenção, transmissão e autocuidado.

“Em 2025, o estado está na 5ª etapa da implementação da linha de cuidado das hepatites virais, em parceria com o Ministério da Saúde, com reuniões periódicas para alinhar estratégias de cuidado integral. Em maio, o Tocantins participou do lançamento do Guia de Eliminação das Hepatites Virais no Brasil, que define diretrizes para eliminar a doença como problema de saúde pública”, ressaltou a diretora.

O médico infectologista Alexandre Janotti explica que todas as hepatites podem ser assintomáticas ou causar sintomas inespecíficos como febre, desconforto abdominal e icterícia. “As formas B e C podem se tornar crônicas e evoluir para cirrose ou câncer de fígado ao longo de décadas”, enfatiza.

O especialista reforça a importância de procurar uma unidade básica de saúde para verificar a situação vacinal e realizar exames, garantindo diagnóstico precoce e tratamento adequado, todos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Pegar a hepatite A na fase adulta é ruim, porque ela pode ser mais intensa e a chance de hepatite fulminante é maior, embora raro, mas é muito pior do que ter a hepatite A quando criança”, finaliza o médico infectologista Alexandre Janotti.

Formas de contágio

As hepatites A e E são transmitidas principalmente por via fecal-oral, por meio de água ou alimentos contaminados e contato pessoa a pessoa. Já as hepatites B, C e D se disseminam por contato com sangue contaminado por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, materiais de manicure/pedicure sem esterilização ou por relações sexuais desprotegidas. Ocorre ainda a transmissão de mãe para filho (também chamada de transmissão vertical), possível nas hepatites B, C e D.

Prevenção

Entre as principais estratégias preventivas estão lavar as mãos com frequência e garantir a higiene de alimentos e água para prevenir hepatites A e E; usar preservativos em todas as relações sexuais; evitar compartilhamento de objetos perfurocortantes; garantir a esterilização de materiais em procedimentos médicos, odontológicos, tatuagens ou piercings e vacinar-se, com a imunização disponível no SUS.

“É importante o cuidado com esses materiais e com as formas de transmissão para evitar a evolução para doenças graves, como cirrose ou câncer hepático. O teste rápido está disponível nos postos de saúde e o tratamento é de fácil acesso pelo SUS”, ressalta a hepatologista Nadja Duarte Oliveira.

Tratamento e cura

A hepatite A é tratada com repouso e hidratação, conferindo imunidade permanente. A hepatite B não tem cura definitiva, mas conta com antivirais eficazes para controlar o vírus e reduzir os sintomas. Para a hepatite C, avanços em antivirais de ação direta (DAA) proporcionam taxas de cura superiores a 95%, com tratamentos curtos e acessíveis no SUS. Já a hepatite D não possui cura, mas pode ser controlada com o tratamento da B. A hepatite E, por sua vez, geralmente se resolve espontaneamente.