A mancha de óleo que se espalhou pelo Córrego Brejo Comprido, que passa dentro do Parque Cesamar, pode chegar ao Lago de Palmas e ainda há o risco de contaminar a água que chega até municípios vizinhos. A informação é da Gerência Ambiental da Guarda Metropolitana de Palmas (GMP).
"Se vier uma chuva de grande volume hoje, por exemplo, toda essa mancha de óleo, todo esse resíduo, tomará destino rumo ao lago da usina de Lajeado. Nós temos um risco iminente e que pode se agravar mais ainda", afirmou o inspetor Adalberto Bernardo, da Gerência Ambiental da GMP.
O descarte irregular de cerca de 10 mil litros de óleo aconteceu na noite de quarta-feira (22). Na manhã desta sexta-feira (24), equipes de vários órgãos ambientais foram enviadas até a foz do Córrego Brejo Comprido para monitorar a qualidade da água, que corre em direção ao Lago de Palmas e Praia das Arnos.
Durante a tarde de quinta-feira (23), funcionários da empresa tentaram amenizar a situação utilizando baldes para captar a água contaminada pelo óleo. O material foi colocado em galões. Entretanto, segundo especialistas ambientais, os danos causados são irreversíveis.
"Toda a fauna, inclusive a aquática, será comprometida de forma direta ou indireta", comentou o inspetor.
O parque abriga diversas espécies de animais terrestres e aquáticos, como capivaras, pirarucus e jacarés. O risco de mortandade está sendo monitorado pela Fundação de Meio Ambiente de Palmas (FMA), pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Até esta sexta-feira (24) não foi registrada morte de animais.
Corpo de Bombeiros instala barreira de contenção em córrego para evitar que mancha de óleo se espalhe — Foto: Divulgação/FMA
O presidente da FMA, Isac Braz da Cunha, explicou que uma parte do óleo decantou e ficou depositada no fundo do córrego. O órgão deve fazer um planejamento estratégico para a retirada desses resíduos.
"Com o passar das chuvas a tendência é o lago baixar o nível. Já temos pontos assoreados que dá pra ver onde tá essa mancha. Já tem um projeto para desassorear o lago e, se for detectado mancha, vamos começar de imediato a articulação junto à Secretaria de Obras", disse o presidente.
A Polícia Civil investiga o caso e a Perícia Científica foi chamada para analisar a situação. Caso seja comprovado a autoria, a empresa pode receber multa entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, conforme a Lei de Crimes Ambientais.
Vazamento de óleo no Córrego Brejo Comprido — Foto: Matheus Dias/ TV Anhanguera
Conforme apurado pela Guarda Metropolitana, a empresa EHL teria utilizado três caminhões pipas de sucção para retirar o óleo de uma galeria pluvial durante a noite.
A Prefeitura de Palmas afirmou que o óleo estaria em um tanque de contenção no pátio da empresa e teria sido transferido para um caminhão que, em seguida, fez o descarte na galeria pluvial da Avenida NS-10, próximo ao Parque do Povo.
A EHL informa que após identificar a ocorrência, imediatamente, tomou todas as medidas, ainda ontem, dia 22, às 19h, iniciando os trabalhos de remoção dos resíduos, com o acompanhamento de engenheiros ambientais, juntamente com órgãos ambientais, para garantir o cumprimento das normas vigentes.
A empresa reforça que não houve descarte de material na galeria pluvial e sim falha operacional no pátio da empresa.